Literaturas Africanas
O evento terá três simpósios dedicados à ficção, à poesia e ao cinema dos países africanos de língua portuguesa.
Docentes, pós-doutorando(a)s, recém-doutore(a)s, doutorando(a)s, recém-mestre(a)s e mestrando(a)s do Brasil e do exterior apresentarão comunicações com duração entre 10 e 15 minutos.
Para acessar as sessões de comunicação pela Plataforma Google Meet, por favor, clique na Lista de links das salas dos simpósios.
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África, literatura e cinema em língua portuguesa: “o direito a um olhar descolonizado”
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Resumo do simpósio
Concebendo a literatura e o cinema como artes críticas e transformadoras, nosso simpósio pretende suscitar discussões a partir de comunicações que venham a tecer diálogos com a história, de modo a investigar como a literatura e o cinema, em Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e/ou São Tomé e Príncipe, pensam a nação, após suas respectivas independências.
Com base na análise de obras literárias em diálogo com filmes e documentários de autores angolanos, cabo-verdianos, santomenses, moçambicanos e/ou guineenses, o simpósio se propõe a levantar e discutir tendências literárias e cinematográficas atuais dos referidos países, averiguando e debatendo alguns de seus rumos, contribuições, permanências, impasses e renovações.
O cinema e a literatura, em Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e/ou Moçambique, serão pensados como espaços privilegiados para problematizar aspectos da luta anticolonial, heranças coloniais, tensões e contradições do pós-colonialismo.
Efetuar leituras interpretativas de filmes e textos literários, observando o questionamento de imagens ocidentalmente representadas e a reivindicação do direito a um olhar descolonizado, capaz de romper com estereótipos de uma África mistificada, envolta em exotismo e clichês preconceituosos.
Cinema e literatura como artes comprometidas não apenas com a releitura da história, mas com a metalinguagem e a criação estética, com o afeto e a poesia, com a política e a sociedade.
Sobre os coordenadores
Ana Paula Tavares, poeta, cronista, historiadora e professora, nasceu na cidade de Lubango, província de Huíla, Angola.
É doutora em Antropologia da História pela Universidade Nova de Lisboa (2010), mestre em Literatura Brasileira e Literaturas Africanas de Língua Portuguesa pela Universidade de Lisboa (1996) e bacharel e licenciada em História pela Universidade de Lisboa (1982).
É professora convidada na Universidade de Lisboa, Portugal, e na Universidade Agostinho Neto, em Luanda, Angola.
Dedica sua atenção às áreas da cultura, museologia, arqueologia e etnologia, patrimônio e ensino, colaborando com instituições como o CLEPUL (Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias), da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e o AHNA (Arquivo Histórico Nacional de Angola).
É autora de vasta obra literária em prosa e poesia e de textos científicos. Grande parte de sua obra está publicada em antologias da Galícia (Espanha), Itália, França e Portugal.
Carmen Tindó Secco é professora titular de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa da UFRJ, ensaísta e pesquisadora do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e da FAPERJ (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro).
Tem mestrado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1976), doutorado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1992) e pós-doutorado pela Universidade Federal Fluminense, com estágio na Universidade Politécnica de Moçambique (2009-2010).
Foi consultora do Projeto NILUS, coordenado por Ana Mafalda Leite.
É autora, em parceria com Ana Mafalda Leite e Luis Carlos Patraquim, do livro CineGrafias moçambicanas: memórias & crônicas & ensaios (Kapulana, 2019).
Júlio Machado é professor de Literaturas Africanas na Universidade Federal Fluminense.
É mestre em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa pela USP e doutor em Literatura Comparada pela UFMG.
Realizou estágios de pesquisa na Université Sorbonne-Nouvelle e no Fonds Ricoeur, na França, e um estágio de pesquisa pós-doutoral na USP.
Foi professor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), bem como da Fundação Belas Artes de São Paulo.
Como poeta, publicou O itinerário dos óleos e O quintal e o mundo, tendo recebido, entre outros, os prêmios Livro Aberto (Xerox do Brasil) e Nascente (USP/Ed. Abril). Como dramaturgo, escreveu A profecia, para o Grupo Pândega, e Luzia, para o Teatro do Brejo Bento.
Cartografias do corpo feminino nas literaturas de língua portuguesa (África, Brasil, Portugal)
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Resumo do simpósio
Pretendemos discutir questões ligadas à análise de obras de autoria feminina nos sistemas literários em língua portuguesa, produzidas por escritoras que empenham sua escrita na revitalização do corpo da mulher e suas identidades e, ao mesmo tempo, questionam e convocam, em suas obras, o corpo político e social em que se inscrevem, sua historicidade e suas identidades socioculturais.
Procuramos refletir sobre a estreita relação entre a elaboração estética da corporeidade em diversas obras. O corpo escrito se torna, assim, na obra literária, o meio de uma práxis feminina de cidadania, pois sua presença problematiza, reforça ou subverte estruturas de poder arraigadas em diferentes espaços, seja na cena brasileira, no continente africano ou na sociedade portuguesa.
As atividades no campo literário e sócio-político dessas mulheres nos levam a considerar suas atuações performativas e seu discurso sobre o lugar que ocupam na sociedade como figuras representativas e/ou de atuação na cena pública dos respetivos países.
Sobre as coordenadoras
Maria Araújo da Silva é professora associada em Estudos Lusófonos na Sorbonne Université (Paris 4) desde 2006.
Membro do Centro de Pesquisas Interdisciplinares sobre os Mundos Ibéricos Contemporâneos (CRIMIC), sua investigação incide particularmente sobre literatura portuguesa contemporânea, escrita de mulheres e questões de gênero.
Em 2009, obteve o Prémio Literário Maria Ondina Braga (Portugal) com um ensaio baseado na tese defendida em 2005.
Participou de diversos colóquios internacionais e publicou uma série de artigos sobre literatura portuguesa contemporânea em obras coletivas e revistas de estudos lusófonos nacionais e estrangeiras.
Codirigiu os volumes coletivos Femmes oubliées dans les arts et les lettres au Portugal-XIXe-XXe siècle (2016); Exiliance au féminin dans le monde lusophone, XIXe-XXe siècles (2017) e Paris, Mário de Sá-Carneiro et les autres (2018), entre outros.
Maria Teresa Salgado Guimarães da Silva é professora associada de Literaturas Africanas de língua portuguesa da Faculdade de Letras da UFRJ desde 2006.
Mestre em Literatura Brasileira pela UFRJ e doutora em Literaturas Africanas pela PUC-Rio, desenvolveu pesquisa de pós-doutorado com ênfase na escrita feminina Sorbonne Université (Paris 4).
Tem experiência na área de Literaturas de língua portuguesa (Brasil, África e Portugal), atuando não só na área das literaturas africanas, mas da literatura comparada.
Interessa-se pelas imagens ligadas ao universo do riso, à busca de felicidade e às questões de gênero e autoria feminina.
É pesquisadora associada do Centro de Pesquisas Interdisciplinares sobre os Mundos Ibéricos Contemporâneos (CRIMIC), líder do grupo de pesquisa Escritas do Corpo Feminino e autora de obras nas áreas de Literaturas Africanas e Estudos de Gênero.
A escrita do espaço nas literaturas africanas
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Resumo do simpósio
Mobilizado pelas preocupações do PIELAFRICA (“Pactos e impactos do espaço nas literaturas africanas”), grupo de pesquisa criado em 2016 e reconhecido pelo CNPq, nosso simpósio propõe-se a discutir a relevância da categoria “espaço” nas literaturas africanas de língua portuguesa.
Partindo da hipótese de que o “espaço representado” (nos textos), o “espaço das obras” (no que concerne às relações intra e intertextuais) e o “espaço institucional” (com as possibilidades e dependências inerentes) se articulam estruturalmente, fundando sentido, refletiremos sobre as formas, funções e tradições das geo-grafias literárias do continente.
Embora voltado para os territórios de língua portuguesa, o simpósio abre-se a propostas de natureza comparatista e interlinguística.
A análise dessa tripla dimensão (textual, intertextual e institucional) permite-nos registrar os gestos de continuidade e de ruptura exercitados pelos autores no interior de cada um dos campos literários e, ao mesmo tempo, avaliar as semelhanças e as diferenças entre os projetos nacionais.
Prevemos para este encontro, além do habitual debate entre os estudiosos inscritos, a participação de alguns escritores.
Sobre os coordenadores
Nazir Ahmed Can é professor adjunto de Literaturas Africanas na UFRJ e pesquisador do CNPq e da FAPERJ.
Licenciado em Letras pela Universidade do Porto (com estágio na Universidade des Saarlandes), doutor em Teoria da Literatura e Literatura Comparada pela Universidade Autônoma de Barcelona (com estada na University of Liverpool), desenvolveu sua pesquisa de pós-doutorado na Universidade de São Paulo entre 2012 e 2015 (com estágios no CESAB – Moçambique) e foi recentemente professor visitante na Universidade de Salamanca.
É autor de O campo literário moçambicano: tradução do espaço e formas de insílio (São Paulo: Kapulana, 2020) e Discurso e poder nos romances de João Paulo Borges Coelho (Maputo: Alcance, 2014), além de coautor de Hybridations problématiques dans les littératures de l’océan Indien (Ille-sur-Têt: Éditions K’A, 2010) e Visitas a João Paulo Borges Coelho. Leituras, diálogos e futuros (Lisboa: Colibri, 2017).
Doutora em letras pela Universidade de São Paulo, Rita Chaves é professora associada de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa na mesma instituição.
Foi professora visitante na Yale University, em 1996/97.
Tem dois estágios de pós-doutoramento na Universidade Eduardo Mondlane, em Moçambique.
É autora de A formação do romance angolano e de Angola/Moçambique – experiência colonial e territórios literários.
É coorganizadora de Portanto… Pepetela (Luanda: Chá de Caxinde, 2003), Brasil/África: como se o mar fosse mentira (Luanda/São Paulo: Chá de Caxinde / Editora da UNESP, 2006); A kinda e a misanga: encontros brasileiros com a literatura angolana (Luanda / São Paulo: Nzila / Editora da UNESP, 2007); Mia Couto: o desejo de contar e de inventar (Maputo: Ndjira, 2009); Portanto… Pepetela (Cotia: Ateliê, 2009); Passagens para o Índico: encontros brasileiros com a literatura moçambicana (Maputo: Marimbique, 2012); Mia Couto: um convite à diferença (São Paulo: Humanitas, 2013).
Doutorada em Estudos Luso-Brasileiros pela Brown University, Sandra Sousa é professora assistente do Departamento de Línguas e Literaturas Modernas da University of Central Florida.
Atualmente é pesquisadora do PIELAFRICA (UFRJ-USP-CNPq) e do CLEPUL (Universidade de Lisboa).
Seus interesses de pesquisa incluem colonialismo e pós-colonialismo; literatura colonial; relações raciais em Moçambique; guerra, ditadura e violência na literatura contemporânea portuguesa e luso-africana.
Tem ensaios e recensões publicados nos EUA, no Brasil e em Portugal.
É autora do livro Ficções do outro: império, raça e subjectividade no Moçambique Colonial (Esfera do Caos, 2015) e coeditora do livro Visitas a João Paulo Borges Coelho. Leituras, diálogos e futuros (Colibri, 2017).
FALE CONOSCO
E-mail: cippglev@letras.ufrj.br
PLATAFORMA DO CONGRESSO

Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas
Coordenadora: Profa. Dra. Maria Eugenia Lammoglia Duarte
Vice-Coordenadora: Profa. Dra. Eliete Figueira Batista da Silveira
Secretário: Renato Martins e Silva